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O teste Helix para autoclaves

O teste Helix é uma ferramenta essencial para garantir a eficácia do processo de esterilização em autoclaves com pré-vácuo fracionado, amplamente utilizados em hospitais e clínicas dentárias. Este teste avalia a capacidade do autoclave em penetrar instrumentos ocos com vapor, garantindo assim a esterilização completa de dispositivos com cavidades longas, tais como instrumentos laparoscópicos, próteses traumatológicas e cânulas dentárias. A relevância deste teste reside na sua capacidade de diagnosticar o correto funcionamento do autoclave e de prevenir infeções resultantes de uma perda de eficiência ou de uma falha do equipamento.

Estes testes são normalmente constituídos por um kit de tiras-teste, um padrão de cor de referência e um recipiente constituído por um tubo e uma câmara roscada, na qual a tira-teste é inserida durante o teste.

Teste Helix para esterilização
Teste Helix para autoclaves – NSK

O que é que o teste Helix avalia?

O teste Helix é um teste funcional do autoclave que avalia a força de penetração do vapor na câmara, monitorizando dois aspetos críticos do processo de esterilização:

  • Eficácia da fase inicial de pré-vácuo: Assegura que o ar é completamente removido do autoclave, permitindo a penetração adequada do vapor em todas as superfícies do instrumento com cavidades ocas.
  • Condições de esterilização: Confirma que a temperatura e a pressão de vapor saturado necessárias são atingidas durante a fase de esterilização.

Estes aspetos são vitais para garantir que os instrumentos com cavidades e geometrias complexas, habitualmente utilizados em intervenções cirúrgicas em traumatologia, cardiologia e medicina dentária, são devidamente esterilizados, minimizando o risco de infeção para os pacientes.

Procedimento e funcionamento do teste Helix

O procedimento de teste Helix é meticuloso e deve ser seguido rigorosamente:

  1. Preparação do autoclave: Antes de efetuar o teste Helix, deve ser realizado um ciclo de vácuo inicial com o autoclave vazio de carga para garantir o seu bom funcionamento.
  2. Execução do teste: Uma tira indicadora química é colocada dentro de uma cápsula ligada a um tubo de 1,5 metros, que simula a cavidade de um instrumento dentário. Depois de fechar a cápsula, este conjunto é colocado no interior do autoclave. É importante que feche bem a cápsula e que não toque nas flanges que seguram o tubo.
  3. Processo de esterilização: O passo seguinte é escolher o programa Teste Helix no autoclave e executá-lo. Durante o ciclo de esterilização, o autoclave deve criar um vácuo profundo e permitir que o vapor penetre completamente através do tubo até atingir o interior da cápsula.
  4. Resultados e ações: No final do ciclo, a cápsula é retirada, aberta e observa-se a cor da tira de teste. Se o teste falhar, deve ser repetido. Uma segunda falha indica a necessidade de reparar ou substituir o autoclave. Em todo o caso, recomenda-se que mantenha um registo completo dos resultados dos testes realizados, de modo a acompanhar a eficiência do autoclave ao longo do tempo.

Conforme explicado anteriormente, para determinar se o autoclave passou no teste, deve ser observada uma mudança de cor na tira indicadora e comparada com o padrão fornecido pelo fabricante do teste para confirmar que o processo foi eficaz. Se o vapor não penetrar corretamente, a tira não mudará de cor ou mudará para uma cor intermédia, indicando uma falha no processo de esterilização.

Quando é que o teste Helix é recomendado?

O teste Helix deve ser efetuado regularmente para garantir o funcionamento ótimo do autoclave e a segurança dos procedimentos de esterilização:

  • Diariamente: Antes de começar a utilizar o autoclave para esterilizar instrumentos, confirme se o autoclave está pronto a funcionar corretamente.
  • Após reparações: Sempre que forem efetuadas operações de manutenção ou reparação no autoclave, verifique se este continua a funcionar de acordo com as normas exigidas.
  • No âmbito dos controlos de rotina: Seguindo as normas estabelecidas, que recomendam a realização regular de testes de vácuo e de penetração de vapor.

Embora qualquer autoclave de qualquer fabricante seja calibrado e verificado na fábrica, é essencial validar periodicamente o correto funcionamento dos autoclaves com pré-vácuo destinados a fins clínicos ou cirúrgicos através deste teste. Esta validação funcional inclui não só o teste Helix, mas também outros testes, como o teste Bowie-Dick. Além disso, cada ciclo deve ser acompanhado de testes de controlo, tais como testes de esporos ou a fita de controlo da esterilização.

A realização regular deste conjunto de testes funcionais e de controlo para cada ciclo é essencial para manter um controlo rigoroso do processo de esterilização.

Importância da rastreabilidade

Rastreabilidade em autoclaves

A realização diária do teste Helix fornece informações precisas e atempadas sobre o desempenho e a eficiência de um autoclave com pré-vácuo fracionado. Por este motivo, recomenda-se que mantenha um registo completo dos resultados dos testes para monitorizar a eficácia do autoclave ao longo do tempo e detetar atempadamente quaisquer avarias. Isto é crucial para a prevenção de infeções nosocomiais nos doentes.

É aconselhável guardar tanto a tira indicadora como o relatório do ciclo num registo completo, demonstrando um controlo rigoroso do funcionamento correto do autoclave. Este registo detalhado não só cumpre os requisitos regulamentares da maioria dos países, como também proporciona uma camada adicional de segurança na prática clínica, protegendo os doentes e garantindo a qualidade dos procedimentos de esterilização.

 

O processo de esterilização em autoclave

Na ciência e na medicina, a esterilização representa um processo fundamental para garantir que os instrumentos e componentes utilizados em procedimentos médicos, testes e experiências estejam completamente livres de microrganismos vivos.

Historicamente, a esterilização tem sido conseguida através da utilização de calor seco, que é eficaz na desnaturação de proteínas e na erradicação de microrganismos. No entanto, a aplicação direta do fogo para esterilização é impraticável para a maioria dos materiais, uma vez que altera as suas propriedades físico-químicas. Além disso, a sua natureza perigosa coloca sérios riscos em qualquer laboratório. Estas limitações levaram ao desenvolvimento e à adoção de métodos de esterilização mais sofisticados e mais seguros.

O autoclave: o método de esterilização mais popular

Entre as várias técnicas de esterilização disponíveis, o autoclave a vapor estabeleceu-se como o método de esterilização de eleição em qualquer laboratório para uma grande variedade de aplicações devido à sua eficiência, conveniência, baixo custo, segurança e ausência de risco de toxicidade. Este processo, conhecido como autoclavagem, tem a capacidade de inativar bactérias, vírus, fungos e até priões. Apesar da existência de métodos alternativos, como os fornos de ar quente, o óxido de etileno ou a irradiação, o autoclave a vapor é amplamente reconhecido pela sua eficiência e versatilidade. No entanto, não é adequado para o processamento de materiais sensíveis ao calor, uma vez que estes podem sofrer modificações físico-químicas irreversíveis nestas condições.

Fundamentos da esterilização com autoclave

O processo de esterilização em autoclave é um método cientificamente validado que utiliza vapor saturado a alta pressão para atingir e manter temperaturas elevadas, capazes de erradicar tanto os microrganismos como os seus esporos.

A operação inicia-se com a colocação dos artigos no interior da câmara do autoclave, que é depois hermeticamente fechado. Uma vez iniciado o ciclo, a máquina evacua o ar no interior para permitir que o vapor saturado envolva completamente os objetos, assegurando uma transferência de calor uniforme e eficiente em todas as superfícies da carga.

Fundamentos da esterilização com autoclave

A temperatura de esterilização padrão de 121 graus Celsius é eficaz contra a maioria dos microrganismos e é a configuração predefinida para muitos ciclos de esterilização. No entanto, para o processamento de alimentos ou para materiais sensíveis ao calor que possam ser danificados a esta temperatura, tais como certos plásticos ou soluções que possam ser desnaturadas, é utilizado o ciclo isotérmico com uma temperatura mais baixa de 105 graus Celsius.

Em contrapartida, os instrumentos cirúrgicos, que exigem um grau de esterilidade extremamente elevado devido à sua utilização em procedimentos invasivos, são frequentemente submetidos a temperaturas mais elevadas, até 134 graus Celsius, para garantir a destruição de agentes patogénicos particularmente resistentes, como os esporos bacterianos mais robustos ou os priões.

Segurança na fase de arrefecimento

Após a fase de esterilização, o autoclave passa para uma fase de arrefecimento, em que a temperatura e a pressão internas são gradualmente reduzidas para corresponderem às condições ambientais. Este passo é vital para a segurança do processo, uma vez que a abertura prematura da câmara pode resultar numa libertação rápida de vapor quente e pressurizado, representando um risco de queimaduras e outros acidentes de trabalho. Além disso, o arrefecimento gradual ajuda a evitar choques térmicos nos materiais esterilizados, que poderiam causar danos estruturais na carga ou condensação excessiva de vapor na carga.

Fase de arrefecimento em autoclave RAYPA

Quando a pressão e a temperatura atingem níveis seguros, nos modelos de autoclave mais avançados, é iniciado um ciclo de secagem a vácuo. Esta parte do ciclo é essencial em cargas porosas, uma vez que qualquer humidade residual nos artigos esterilizados pode não só servir de terreno fértil para os microrganismos, mas também comprometer a integridade dos procedimentos subsequentes em que os materiais são utilizados, tais como na cultura de células ou na produção de medicamentos.

Tempo e temperatura: Fatores-chave na esterilização

A duração do ciclo de esterilização é um componente crítico da eficácia do processo. Mas não é suficiente atingir a temperatura-alvo, é também imperativo manter esta temperatura e pressão durante um período de tempo adequado para assegurar a penetração completa do calor e a subsequente esterilização dos artigos.

O tempo necessário para uma esterilização eficaz varia consoante o tamanho e a densidade da carga, bem como a natureza dos materiais a esterilizar. Em geral, um período de pelo menos 20 minutos a 121 graus Celsius é suficiente para esterilizar a maioria dos objetos. No entanto, para cargas maiores ou mais densas, ou quando esterilizar objectos com geometrias mais complexas, este tempo pode ser prolongado.

Durante este tempo, a água e a humidade presentes na câmara evaporam-se completamente, assegurando que, no final do ciclo, os artigos estão completamente secos e livres de qualquer forma de contaminação microbiana, completando assim eficazmente o processo de esterilização.

Além disso, a eficiência do processo de esterilização em autoclave também depende da preparação e do acondicionamento corretos dos materiais antes da esterilização. Os materiais devem ser limpos e, se necessário, desinfetados antes de serem colocados no autoclave, de modo a garantir que o vapor possa contactar eficazmente todas as superfícies. A embalagem deve permitir que o vapor penetre em todas as superfícies da carga e, ao mesmo tempo, proteger os artigos da contaminação ambiental após a esterilização.

Esterilização em autoclave de mesa RAYPA

Outro fator essencial é a formação contínua dos funcionários em boas práticas de esterilização. A formação regular ajuda a promover e a manter a competência nestes procedimentos críticos e a adaptar-se aos avanços tecnológicos que podem influenciar as técnicas de esterilização e os protocolos de controlo de infeções.

A meticulosidade do processo de esterilização em autoclave é o que garante a sua fiabilidade e eficácia, tornando-o um pilar fundamental na prevenção de infeções em ambientes clínicos e na preservação da integridade das experiências científicas.

A esterilização envolve não só a eliminação de microrganismos, mas também a manutenção da esterilidade ao longo do tempo. Depois de os artigos terem sido esterilizados e secos no autoclave, devem ser manuseados e armazenados de forma a preservar o seu estado estéril. Isto requer geralmente a utilização de embalagens estéreis e técnicas de manuseamento assético, bem como a implementação de protocolos de armazenamento que protejam contra a contaminação ambiental e o crescimento de microrganismos.

Preparação e acondicionamento para esterilização em autoclave

A preparação adequada dos materiais antes da sua introdução no autoclave é um passo essencial para garantir uma esterilização eficaz. Os artigos devem ser meticulosamente limpos para remover quaisquer resíduos biológicos ou químicos que possam proteger os microrganismos do calor do vapor. Além disso, o acondicionamento e a colocação dos materiais no interior do autoclave devem ser efetuados de modo a permitir a livre circulação do vapor.

A utilização de materiais de embalagem porosos especiais e a selagem adequada são práticas padrão que facilitam este processo, assegurando que os artigos permanecem estéreis até à sua utilização.

Manutenção e verificação de autoclaves

A manutenção regular dos autoclaves é essencial para garantir o seu desempenho ótimo e a segurança do processo de esterilização. Esta manutenção inclui a calibração regular dos sensores de temperatura e pressão, bem como a inspeção minuciosa dos vedantes e das válvulas de segurança para evitar fugas de vapor e perda de eficiência. Além disso, é importante acompanhar cada ciclo com testes regulares de controlo biológico e químico para verificar a eficácia do processo de esterilização. Estes controlos são essenciais para identificar eventuais falhas no processo que possam comprometer a esterilidade dos materiais processados.

Formação contínua e atualização dos protocolos

A formação contínua do pessoal que opera os autoclaves é um componente essencial para garantir o sucesso do processo de esterilização. Os operadores devem manter-se a par dos últimos avanços nas técnicas de esterilização, bem como das inovações tecnológicas que possam ter impacto nestes procedimentos. É essencial que tenham um conhecimento profundo dos protocolos específicos para a esterilização de diferentes tipos de materiais e cargas, desde equipamento cirúrgico a meios de cultura.

Paralelamente, os protocolos de esterilização devem ser continuamente revistos e melhorados para refletir as melhores práticas e as normas internacionais mais recentes. Este processo de atualização deve incluir uma avaliação crítica dos procedimentos existentes, a integração de novas provas científicas e a incorporação de tecnologias emergentes. Além disso, a comunicação eficaz destas alterações ao pessoal é vital para garantir uma transição suave e uma implementação eficaz dos novos protocolos.

Para além da formação técnica, é crucial que os operadores sejam formados na identificação e gestão de falhas do equipamento. Isto inclui a capacidade de detetar sinais de mau funcionamento, tais como flutuações de temperatura ou pressão, e a implementação de medidas corretivas imediatas para evitar a contaminação de materiais. A formação deve também abranger aspetos de gestão da qualidade e documentação meticulosa de cada ciclo de esterilização, garantindo assim a rastreabilidade e a conformidade com os regulamentos estabelecidos.

claves colocar carga header

Muitas vezes, os operadores de autoclaves colocam a tónica na escolha do programa de esterilização correto, mas a verdade é que a eficácia da esterilização depende, em grande medida, da forma como os produtos são manuseados e organizados dentro do autoclave.

Neste sentido, para garantir resultados satisfatórios, é essencial seguir rigorosamente as recomendações do fabricante e os protocolos estabelecidos, desde a preparação inicial e a escolha do suporte adequado, até à colocação dos produtos no interior do autoclave e sua posterior remoção.

Os produtos devem ser manuseados com cuidado e distribuídos de forma ordenada dentro da câmara. Antes de os colocar, aconselhamos a seguir determinadas diretrizes para um manuseamento seguro dos materiais:

  • Certifique-se de que usa luvas de borracha de espessura adequada para proteger as suas mãos durante todo o processo. Se manusear objetos afiados, deve proteger as mãos com luvas de segurança.
  • Utilize um tabuleiro para transportar o material e evite o contacto direto com as mãos. Lembre-se de não manusear qualquer produto diretamente com as mãos desprotegidas.
  • Uma vez terminado o manuseamento, não se esqueça de deitar fora as luvas usadas e de lavar as mãos.

Além disso, é essencial efetuar uma limpeza completa dos produtos para remover quaisquer resíduos antes de iniciar o processo de esterilização. Para uma limpeza eficaz, recomendam-se os seguintes passos:

  1. Depois de utilizar os instrumentos, não se esqueça de os enxaguar com água. Para que o processo decorra sem problemas, organize os instrumentos metálicos em grupos de acordo com a sua composição (aço inoxidável, alumínio, latão, etc.).
  2. Em seguida, proceda à lavagem. Pode optar por um banho de ultra-sons ou por uma lavagem manual com uma solução germicida e água. Se optar por um banho de ultra-sons, recomendamos a utilização de um detergente específico para obter os melhores resultados.
  3. Uma vez terminada a lavagem, não se esqueça de enxaguar de novo e de efetuar uma inspeção minuciosa para garantir que não restam resíduos. Se necessário, não hesite em repetir o processo para garantir uma limpeza completa.
  4. Para evitar a formação de manchas de calcário, efetuar um enxaguamento final com água desmineralizada. No caso de utilizar água da torneira, certifique-se de que seca corretamente o material.

Carregamento do autoclave

O carregamento correto dos produtos no autoclave é essencial para obter uma esterilização completa e uniforme. Cada tipo de produto tem as suas próprias particularidades, pelo que é importante abordá-los de forma específica para obter os melhores resultados possíveis.

Carregamento do autoclave RAYPA

Seguindo estas diretrizes, pode garantir que cada elemento é posicionado de forma ideal:

  • Utilização dos acessórios adequados: Nenhum objeto deve ser carregado diretamente na câmara do autoclave e os objetos a esterilizar não devem tocar nas paredes da câmara.
  • Separação de objetos: Certifique-se de que cada artigo a ser esterilizado é colocado separadamente, evitando aglomerados ou empilhamentos. No caso de cestos empilhados, o fundo do cesto superior não deve tocar nos materiais do cesto inferior. Uma regra simples é que todos os artigos devem estar acessíveis sem dificuldade.
  • Cuidado com a sobrecarga: Evite encher demasiado os tabuleiros ou os cestos. Um excesso de produtos pode causar problemas com o fluxo correto de vapor e afetar a qualidade da esterilização. Também causará problemas de humidade e condensação nos materiais.
  • Diversidade na composição dos instrumentos: É importante ter em conta a variedade de materiais nos instrumentos que vai carregar. O ideal é que as cargas sejam o mais homogéneas possível. Certifique-se de que separa os instrumentos feitos de diferentes composições, como o aço inoxidável ou o alumínio. Pode colocá-las em tabuleiros diferentes ou simplesmente deixar algum espaço entre elas. Isto evitará reações indesejadas entre os materiais.
  • Do mais pesado para o mais leve: Coloque os artigos mais pesados na parte inferior da carga. Isto ajudará a evitar oscilações durante a esterilização, colocação ou remoção.
  • Segurança em primeiro lugar: No caso de trabalhar com cargas muito volumosas e pesadas, verifique com o fabricante se pode equipar o seu autoclave com uma grua integrada ou móvel, o que ajudará a manusear a carga em segurança, a evitar lesões nos operadores e a evitar riscar as paredes da câmara.
  • Posição aberta: Coloque os artigos numa posição aberta para que o vapor possa circular à volta de cada artigo. Abra as tampas e as válvulas para que não haja áreas fechadas.
  • Cilindros graduados, tubos de ensaio e objetos semelhantes:: É aconselhável colocá-los ligeiramente inclinados. Isto ajudará a evitar a acumulação de água no seu interior se não for utilizado um programa.
  • Bolsas mistas: Regra geral, as bolsas mistas devem ser colocadas em cestos de rede. Também se deve evitar que as abas dos sacos fiquem no fundo, pois podem condensar e molhar o resto do material.
  • Objetos hermeticamente fechados e garrafas: As garrafas devem ser abertas ligeiramente para evitar provocar uma sobrepressão no seu interior que possa provocar a sua rutura. No caso de objetos hermeticamente fechados com cavidades no interior, devem ser utilizados programas de sobrepressão para evitar deformações ou ruturas.
  • Proteção dos instrumentos de aço inoxidável: Sugerimos que se coloque um pedaço de papel entre o objeto e o tabuleiro. Este simples passo evita o contacto direto e possíveis interações indesejadas, ajudando assim a manter a integridade dos instrumentos.
  • Suporte para tabuleiros e cestos: É importante não empilhar tabuleiros ou colocá-los em contacto direto com as paredes do autoclave. Certifique-se sempre de que utiliza os suportes especificamente concebidos para esta função.
  • Registe os seus procedimentos: Documente os procedimentos específicos para cada tipo de carga e certifique-se de que todos os funcionários que operam o autoclave estão devidamente formados e têm fácil acesso a esta informação.

A disposição correta dos produtos não só otimiza o processo de esterilização, como também ajuda a manter a integridade dos artigos e do próprio autoclave. Seguindo estas diretrizes, estará um passo mais perto de obter resultados consistentes.

Carregamento de líquidos e meios de cultura em autoclave

Ao esterilizar líquidos ou soluções, tais como meios de cultura ou produtos químicos, é essencial prestar atenção à quantidade total de líquido por recipiente. Como regra geral, para um frasco Erlenmeyer, é aconselhável encher até três quartos da sua capacidade máxima. Se estiver a utilizar um copo, o volume sugerido para encher é metade da sua capacidade máxima. Se tiver demasiado líquido, corre o risco de transbordar quando aumentar a temperatura ou durante o processo de arrefecimento.

Quando utilizar recipientes com tampas de rosca, certifique-se de que as deixa rodadas um quarto de volta para permitir a ventilação. Se estiverem demasiado apertadas, podem partir-se durante o processo.

Ao esterilizar líquidos, tenha em conta que deve atribuir tempo suficiente para assegurar um período de esterilização à temperatura desejada. Um volume maior exigirá um período mais longo para atingir a temperatura necessária.

No caso de um autoclave equipado com uma sonda flexível, coloque a sonda dentro de um recipiente de referência, de modo a que fique imersa no líquido. Esta deve ser colocada no centro da parte superior, pois é um dos pontos mais frios do autoclave.

Finalmente, sempre que possível, utilize um programa de esterilização especificamente concebido para líquidos. Este tipo de programa ajusta a fase de arrefecimento de uma forma especial, evitando assim salpicos devido ao efeito de ebulição, ruturas devido a uma despressurização demasiado rápida e queimaduras no pessoal devido ao manuseamento de conteúdos excessivamente quentes.

Carregamento de vidro em autoclave

O vidro é um elemento presente em todos os laboratórios, quer se trate de bioquímica, agroalimentar ou industrial. Aqui entram em jogo uma grande variedade de artigos, desde balões volumétricos a frascos Erlenmeyer, Kitasates, tubos de ensaio, provetas e vidros de relógio. Após a realização de testes, experiências ou outras atividades, é comum que estes artigos sejam autoclavados para descontaminação. No entanto, para garantir que são esterilizados corretamente, é fundamental verificar se estes objetos são compatíveis com o processo de esterilização.

Ao carregar objetos de vidro, como frascos e garrafas, deve-se ter cuidado para evitar que se quebrem. É preferível colocá-los na posição vertical e assegurar que não entram em contacto direto uns com os outros. Desta forma, minimiza-se o risco de danos durante o processamento e posterior remoção.

Além disso, a maior parte do material de vidro serve de recipiente e deve ser colocado de cabeça para baixo para evitar a acumulação de condensação após a conclusão do ciclo de esterilização, especialmente se não estiver disponível um autoclave com secagem.

Carregamento de vidro em autoclave RAYPA

No caso do material de vidro, o programa mais adequado incluirá uma etapa de secagem a vácuo após a conclusão da fase de esterilização. Isto permitirá que os objetos sejam retirados e utilizados imediatamente sem necessidade de secagem adicional com um forno externo.

Por último, se o objetivo do material de vidro a esterilizar for a cultura de microrganismos ou de células animais, é essencial utilizar água purificada para evitar a transferência de sais para as superfícies do material de vidro, o que poderia afetar negativamente a fertilidade dos meios de cultura preparados.

Carregamento de tubos de plástico em autoclave

Antes de proceder à esterilização de plásticos num autoclave, é essencial verificar a compatibilidade do material com o processo, a fim de evitar danos causados pelo calor, o que poderia complicar a limpeza subsequente da câmara.

Ao colocar tubos de plástico ou similares no autoclave, é fundamental garantir que a sua colocação favorece a livre circulação do vapor. É essencial minimizar a dobragem excessiva dos tubos, uma vez que tal pode comprometer a eficácia da esterilização e danificar os tubos. Idealmente, os tubos devem ser mantidos tão direitos quanto possível para garantir um processo de esterilização eficaz e seguro.

No caso dos tubos terem câmaras duplas ou geometrias complexas, é necessário utilizar um autoclave equipado com um sistema de pré-vácuo fraccionado, garantindo assim que o vapor atinge todas as superfícies internas e externas dos tubos de forma eficiente.

Carregamento de sólidos porosos, têxteis e objetos embrulhados em autoclave

Quando se trata de processar cargas porosas, têxteis ou artigos embrulhados em materiais como folha de alumínio ou papel, é essencial adotar práticas precisas e aderir a protocolos estabelecidos. Uma regra de ouro neste processo é a distribuição estratégica dos objetos dentro do autoclave, assegurando que não são empilhados uns sobre os outros. Isto facilita o fluxo adequado de vapor e permite a penetração uniforme em cada objeto.

Outro aspeto crucial é a gestão da capacidade da câmara de autoclave. Cada objeto deve ter espaço suficiente à sua volta para permitir uma circulação ótima do vapor. Esta consideração não só melhora a eficiência do processo, como também evita o risco de contaminação cruzada.

A folha de alumínio é frequentemente utilizada para embrulhar um objeto de vidro devido à sua resistência ao calor. No entanto, é essencial selecionar uma folha de alumínio especificamente concebida para autoclaves, que inclui uma camada de plástico adicional para proteger contra danos e migração de material durante o processo. Este cuidado garante a integridade do invólucro e, consequentemente, a esterilização efetiva do conteúdo. É importante lembrar que estes materiais devem ser deitados fora após uma única utilização.

No setor da saúde, os sacos e invólucros de plástico são amplamente utilizados para proteger os instrumentos cirúrgicos e outros artigos da contaminação. A seleção do tipo de invólucro depende do tamanho e da natureza do objeto a ser esterilizado. Além disso, a segurança destes pacotes é frequentemente reforçada com fita de autoclave, que muda de cor quando são atingidas determinadas temperaturas, indicando uma esterilização correta. É crucial utilizar a fita de controlo adequada, uma vez que os substitutos, como a fita adesiva, não foram concebidos para suportar as condições de alta temperatura no interior de um autoclave.

Por outro lado, os materiais porosos, como a cerâmica e os têxteis, incluindo o vestuário, apresentam desafios adicionais devido à sua estrutura hidrofílica e à sua estrutura microscópica cheia de cavidades. Nestes casos, é essencial a utilização de autoclaves equipados com um sistema de pré e pós-vácuo. Estes sistemas são concebidos para extrair o ar frio retido nas estruturas porosas dos materiais, criando o ambiente ideal para que o vapor de água quente penetre nos recantos mais profundos. Esta penetração profunda do vapor é essencial para conseguir uma esterilização uniforme e completa de cada objeto. Posteriormente, o sistema de secagem final permite eliminar toda a humidade residual da carga.

Carregamento de objetos com geometrias complexas em autoclave

A esterilização de objetos com geometrias complexas, como biorreatores, objetos com tubos, implantes médicos ou instrumentos com múltiplas câmaras, requer a utilização de autoclaves com programas específicos para este tipo de carga e precauções extremas.

Inicialmente, é fundamental garantir que os objetos são colocados no interior do autoclave de forma a não obstruírem a circulação de vapor entre eles. Em muitos casos, os fabricantes fornecem suportes ou recipientes especificamente concebidos para a esterilização em autoclave destes objetos. Além disso, recomenda-se que verifique as instruções do fabricante relativamente à esterilização de cada objeto, uma vez que podem conter indicações sobre a preparação, embalagem, colocação e ciclos de esterilização adequados.

Em geral, os instrumentos que incluem válvulas ou partes móveis devem ser desmontados ou abertos tanto quanto possível para facilitar o acesso ao vapor.

Carregamento de objetos com geometrias complexas em autoclave RAYPA

Por último, é essencial efetuar controlos regulares da esterilização, como o teste Bowie-Dick ou o teste de vácuo e utilizar indicadores biológicos ou químicos para verificar a eficácia de cada ciclo. Para além destes testes, é crucial manter um registo detalhado de cada ciclo de esterilização, incluindo dados específicos como o tipo de artigo esterilizado, o ciclo de esterilização aplicado e os resultados dos indicadores de esterilidade.

Carregamento de resíduos de laboratório e de resíduos com risco biológico em autoclave

O manuseamento de resíduos de laboratório, incluindo os de natureza biológica, exige precaução e diligência. Geralmente, estes resíduos são acumulados em sacos específicos, o que conduz inevitavelmente à formação de bolsas de ar frio no fluxo de resíduos. Por esta razão, é imperativo utilizar um autoclave equipado com sistemas de pré e pós-vácuo para tratar corretamente este tipo de material.

É essencial que estes resíduos sejam depositados em bolsas especificamente concebidas para autoclave e que os operadores que manuseiam estas cargas disponham de equipamento de proteção individual adequado.

No caso do tratamento de objetos sólidos, verificar se não foram introduzidos objetos cortantes ou pontiagudos que possam romper as bolsas. Regra geral, a bolsa não deve estar mais de 2/3 cheia.

Ao processar resíduos com risco biológico, utilizar sempre um contentor secundário marcado com um rótulo específico para esta tarefa. Idealmente, este contentor deve ser tão grande quanto possível e só deve ser manuseado por pessoal autorizado.

Ao autoclavar líquidos, é importante utilizar frascos que possam suportar o processo de autoclavagem. Estes frascos não devem ser enchidos para além de metade da sua capacidade para evitar derrames e para permitir a expansão térmica do líquido. Relativamente às tampas destes recipientes, estas devem ser ligeiramente desapertadas para evitar a sobrepressão interna.

Além disso, é essencial que os regulamentos e diretrizes locais para a eliminação adequada sejam rigorosamente seguidos. Isto implica, entre outras coisas, manter um registo detalhado de todos os ciclos realizados, especificando a data, a hora, o programa utilizado e o operador que realizou a tarefa. Além disso, os indicadores de controlo químico e biológico devem ser utilizados regularmente e o plano de manutenção preventiva do fabricante deve ser rigorosamente respeitado.

Com estas práticas, garantimos a segurança das pessoas que trabalham com os resíduos e o cumprimento dos protocolos estabelecidos.